2 de jan. de 2015

Presente de natal : super poderes

Acordei querendo fazer mil coisas ao mesmo tempo: malhar, arrumar a casa, ler, assistir algo na televisão, escrever... Impossível de fazer tudo, impossível...

Resolvi me render à vontade de escrever, mas sobre o quê? Quem vai ler? Nesse oceano infindo que é a internet alguém acabará encontrando essa garrafa que lancei no oceano sem destino...

Ah! fim de ano é assim, ficamos nostálgicos, inspirados, temos vontade de falar sobre o passado, mas também sobre o futuro. Sobre nossas boas resoluções. Queremos nos superar, inventar uma versão melhor de nós mesmos. E nessa sociedade voltada à aparência e ao perfeccionismo, acabamos sendo muito exigentes.

 O filme Lucy do cineasta francês,  Luc Besson, diretor de filmes cults como Nikita e Leon aborda essa busca do ser humano pelo desenvolvimento de sua capacidade intelectual através dos estudos do personagem de Morgan Freeman. Suas pesquisas demonstram que se o homem atingisse 100% de sua performance intelectual, teria poderes de controlar seu próprio organismo, etc.

A personagem principal é a voluptuosa e hipnotisante, Scarlet Johanson que interpreta uma jovem americana obrigada por uma banda de mafiosos coreanos a transportar uma nova droga para os Estados Unidos . Após terem implantado a droga no seu ventre alguns guardas a agridem dando golpes em sua barriga. Devido aos golpes o pacote de droga se rompe e entra no organismo da jovem. Mas, ao invés de sofrer uma overdose, Lucy adquire super poderes. Essa substância sintética permite a ela de desenvolver, progressivamente, sua inteligência até chegar a 100% de sua performance intelectual. Isso corrobora com os estudos do cientista interpretado pelo ator,  Morgan Freeman que estuda a capacidade do ser humano e a evolução de nossa espécie.  Lucy se torna assim capaz de dominar seu próprio cérebro e adquire uma forte percepção do mundo à sua volta e de seu próprio organismo. Por exemplo, ela passa a auto-regular seu próprio metabolismo e pode também controlar todas as formas de redes de telecomunicação. Enfim, ao aplicar uma dose elevada da droga ela adquire  o poder supremo  de controlar o tempo e de desmaterializar-se.

Eis, onde queria chegar, o personagem pode controlar seu próprio organismo, medir seus obtjetivos, se auto superar e torna-se mestre do tempo. Não é  este um tema pós contemporâneo? Não é exatamente o contrôle do tempo que obssesiona o ser humano? Em busca da vida e da juventude eterna.

No Natal, ganhei do meu marido um smart relógio que se conecta ao meu telefone e que também pode controlar minhas horas de sono, as calorias que gasto. Esse relógio tem o objetivo de me deixar conectada o tempo todo com o mundo interno e externo. Mas, estou longe de me tornar a super mulher do filme.  Principalmente, porque não consigo ainda nem dominar todo o manual de uso do relógio, imagina então poder auto-regular meu próprio organismo?

Ainda bem que me resta a imaginação...

Junto ao presente veio um cartão com uma imagem de uma flor de Lotus. Achei o paradoxo interessante: de um lado o relógio ultramoderno que controla o tempo e permite ao homem de medir suas atividades físicas e fisiológicas. Do outro lado, a imagem da flor de lótus que no livro de Homero Odisséia é o alimento da população de Lotófagos, seres que se alimentam de lotus e,por isso se perdem no tempo e no espaço.

Não comi a flor de lótus, mas senti que estava num estado letárgico. Fim de ano tem esse efeito em mim. Talvez porque seja necessário esquecer para recomeçar,evacuar a energia para poder renová - la, ensaiar uma nova vida, um ano novo melhor.

É o que desejo à todos vocês um 2015 que supere 2014 e assim por diante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário