Minha paixão por livros começou há muito tempo. Desde os tempos de infância. Não porque na minha casa havia uma grande biblioteca ou porque meus pais tinham sempre um livro na cabeceira. Não. Ao contrário, esse era um objeto raro em minha casa, mas por isso mesmo tão desejado.
Quando saiamos de férias gostava de ir a biblioteca da cidadezinha onde tinhamos uma casa de veraneio. A bibliotecaria sempre me elogiava : "Tão novinha e já gosta de ler. Que beleza!". As vezes, devorava um livro e já voltava no mesmo dia para pegar outro emprestado.
Quando jovem amava ir à biblioteca. Passava meus olhos, lentamente, sobre as prateleiras, observando os livros de cada escritor (classificados por país). Para mim, era como viajar: Patricia Highsmith, Herman Hesses, Henrik Ibsen, Machado de Assis...
Resolvi estudar Letras, apesar de muitos tentarem me dissuadir: "Você vai virar hippie e ficar pobre!". Mas queria tanto que acabei entrando na Faculdade de Letras da UFMG. Não porque sonhava em ser professora. Não creio que tinha um dom inato para isso. Mas, porque queria ler e compreender o quê havia lido. Viajar no mundo dos livros. Descobri um universo maravilhoso, professores que me deram as ferramentas para poder interpretar cada linha, cada frase, cada palavra, cada personagem...
Porém, decidi mudar meu caminho. Não porque perdi o gosto pelos livros. Mas, porque a maioria das pessoas , principalmente o governo, não valorizam a cultura, a literatura, a educação. Ser professor hoje em dia é sacerdócio mal pago. Quem dera se nossos professores fossem stars como na Coréia do Sul por exemplo. Para quem lê em francês, indico esse artigo que ilustra bem esse status privilegiado dos professores sul coreanos:
http://etudiant.lefigaro.fr/international/actu/detail/article/coree-du-sud-des-profs-stars-et-millionnaires-grace-a-web-10378/
Quem dera em outros países os professores fossem tratados dessa forma! O mundo estaria muitro melhor, creio eu. Porém , infelizmente, a massa prefere exaltar artistas sem cérebros praticamente despidos...
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