28 de nov. de 2014

Concepção e morte

A vida é sustentada por dois fios.
Um dia tudo está linear, firme, nos sentimos seguros. Outro dia, um dos fios  se rompe e faz com que nossa vida fique de cabeça para baixo.

Um dia  descobrimos que tem um coraçãozinho batendo dentro de nós. Nossa vida se ilumina. Nossas preocupações mudam, nossos projetos também. A vida nos sorri. Nos sentimos imaculadas.
E, um dia, sem perceber esse coração cessa de bater. E aquela vida que se desenvolvia como um motor, uma peça vital da mecânica do nosso corpo, simplesmente, pára. Não deu tempo de conhecer aquela pequena vida, não deu tempo nem ao menos de segurar aquele ser que não conhecíamos, mas que queríamos tanto ao nosso lado. A vida se esvai, subitamente, da mesma forma como chegou. O ventre torna-se um túmulo carregando uma vida que não vingou. Nesse momento, morte e vida se mesclam.

Nossas lágrimas matinais secam no travesseiro, mas a vida segue seu rumo. Nossos projetos mudam novamente. Procuramos ocupar nossa cabeça, desviar nossos pensamentos...
Mas, algo fica dentro de nós, talvez uma alma, uma estrela cadente que caiu do céu e logo recuperou sua energia para subir de volta. Uma vida que não poderia se limitar à vida terrestre e que segue rumo à galáxia, bem longe das nossas preocupações mundanas.

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